"Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida" (Jung, 1920)
Carl Gustav Jung foi o precursor do estudo da Arte como terapia. Ele acreditava que o indivíduo ao criar, expressava aspectos mais profundos do seu eu interior através de cores, símbolos e imagens.
Muitas coisas sobre as crianças são descobertas através da observação dos seus desenhos. Quando estão felizes, tristes, depressivas, entusiasmadas. É necessário uma percepção sensível acerca disto. Mas de qualquer forma, é extremamente benéfico proporcionar às crianças o contato com materiais artísticos. Em princípio, crianças pequenas necessitam apenas de disponibilidade de materiais e um tema ou direcionamento para criar. Não é necessário que se ensine técnicas e conceitos como perspectiva e volume, pois ao tentar restringir o processo de criação da criança inserindo estereótipos e desenhos prontos ou fórmulas para que ela apenas repita, estaremos interferindo no desenvolvimento de sua capacidade criadora.
Fayga Ostrower, uma referência para todas as pessoas que estudam Arte, diz que o ser humano ao modelar um jarro, esta modelando a si mesmo. Nossa produção, assim como a das crianças, consegue expressar muito do nosso inconsciente e também organizar sentimentos.
Trata-se também, de perceber a arte como uma forma de ser e estar no mundo e de expressar o mundo que está dentro de cada um de nós. Segundo Arno Stern, cada obra é um espelho, espelho que não reflete as aparências, e sim filtra, através das aparências, a face interior da criança e a do seu psiquismo. A arte pode constituir o equilíbrio necessário entre o intelecto e as emoções.
O que isto tem à ver com educação infantil? Tudo. Uma criança precisa se expressar. O homem desenha desde a pré-história e citando novamente Ostrower “arte é a linguagem natural da humanidade”.